Uma jovem de 19 anos, conhecida nas redes sociais como Lalazinha, foi presa durante uma festa realizada em uma chácara no Piauí, na última sexta-feira (23), após uma operação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). O que parecia apenas mais um evento social, escondia uma realidade perigosa: a presença de integrantes de facções criminosas e o uso de drogas no local.
Segundo a Polícia, a jovem já era alvo de um mandado de prisão por envolvimento direto com o Bonde dos 40, uma das principais facções criminosas em atuação no estado. Mais do que apenas fazer parte do grupo, Lalazinha era considerada uma recrutadora da organização. Ela usava suas redes sociais como vitrine para atrair jovens ao crime, aproveitando sua influência digital e o número expressivo de seguidores.
Como ela atuava nas redes
De acordo com as investigações, a influencer promovia uma imagem glamourosa da vida ligada ao tráfico. Em suas postagens, exibia armas, festas, dinheiro e o estilo de vida dos integrantes do Bonde dos 40. O objetivo era claro: apresentar o crime como sinônimo de status, liberdade e riqueza — uma armadilha que atrai, principalmente, jovens em situação de vulnerabilidade social.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: 👉 Quero Participar 🔔
As autoridades alertam que esse tipo de estratégia é cada vez mais comum. A internet virou ferramenta de recrutamento para o crime organizado. Pessoas com grande alcance nas redes, como Lalazinha, são usadas para seduzir novos membros com promessas de uma vida melhor — que, na prática, leva à violência, à dependência e à prisão.
Detalhes da operação
A operação aconteceu na região conhecida como Fazenda 3, em Teresina, e contou com o apoio de cães farejadores treinados para detectar entorpecentes. No local, foram apreendidas drogas e outros materiais ilícitos usados durante a festa. Além da influencer, outras duas pessoas — responsáveis pela organização do evento na chácara — também foram presas por tráfico de drogas.

As investigações indicam que a festa funcionava como um ponto de encontro da facção, usada tanto para lazer quanto para o fortalecimento de vínculos entre os integrantes e possíveis novos recrutas. O local servia ainda como esconderijo para drogas e armamentos ilegais.
Um alerta à sociedade
O caso de Lalazinha mostra como o crime organizado tem se adaptado às novas formas de comunicação. As redes sociais, que deveriam ser ferramentas de informação, conexão e entretenimento, estão sendo utilizadas para fins criminosos. É fundamental que famílias, escolas e a própria sociedade fiquem atentas ao conteúdo que os jovens consomem e produzem online.
O DRACO reforça que ações como essa continuarão sendo realizadas em todo o estado do Piauí, e que denúncias anônimas são fundamentais para desarticular esquemas que colocam a segurança pública em risco. O combate ao crime organizado passa também pela conscientização e participação da população.
Enquanto isso, Lalazinha está à disposição da Justiça, e responderá por sua participação na facção, por tráfico de drogas e por incentivar, por meio digital, a adesão de outros jovens ao mundo do crime. O caso segue sendo investigado.
Compartilhe