O Governo Federal dará início, em novembro de 2025, a uma nova etapa de segurança no Bolsa Família, um dos programas sociais mais importantes do país. A partir dessa data, a biometria passará a ser obrigatória para parte dos beneficiários. O objetivo é claro: reforçar o controle, combater fraudes e modernizar o sistema de repasses.
A iniciativa está sendo conduzida em parceria entre o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Caixa Econômica Federal, responsável por operacionalizar os pagamentos e o processo de coleta biométrica.
O que muda com a biometria no Bolsa Família
Com a nova regra, os beneficiários deverão comprovar sua identidade por meio de biometria facial ou digital. Isso significa que, para sacar o benefício, atualizar o Cadastro Único ou realizar outros serviços relacionados ao programa, será necessário passar por uma validação biométrica.
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A medida foi formalizada pelo Decreto nº 12.561/2025 e tem como principal meta impedir o uso de cadastros falsos ou duplicados, problema que tem gerado prejuízos e desvio de recursos destinados às famílias em situação de vulnerabilidade.
O reconhecimento biométrico também representa um avanço tecnológico no sistema público de benefícios, trazendo mais transparência e segurança para o processo.
Por que o governo decidiu adotar a biometria
Nos últimos anos, auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) e do próprio Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social identificaram irregularidades nos cadastros do programa. Em alguns casos, o benefício era pago a pessoas falecidas ou com renda acima do limite permitido.
Com a biometria, o governo pretende assegurar que o dinheiro público chegue ao verdadeiro destinatário. Trata-se de uma forma de autenticação baseada em características únicas do corpo humano — como impressões digitais e traços faciais —, o que praticamente elimina o risco de falsificação de identidade.
Outro ponto importante é a integração de dados. O novo sistema vai cruzar informações já existentes em bases oficiais, como o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), Detran, Caixa e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa integração permitirá identificar duplicidades de cadastros e inconsistências de maneira automatizada, reduzindo erros e agilizando o processo de verificação.
Quem precisará fazer a biometria
De acordo com o governo, nem todos os beneficiários serão obrigados a realizar o registro biométrico. Estão dispensados:
- Idosos com mais de 80 anos;
- Pessoas com deficiência ou limitações físicas que impeçam o registro biométrico;
- Cidadãos que já possuem biometria ativa em bancos de dados públicos (Caixa, TSE, Detran ou outros).
Esses grupos terão seus dados automaticamente validados, sem necessidade de comparecimento presencial.
Como será o processo de cadastramento biométrico
A coleta biométrica será realizada principalmente nas agências da Caixa Econômica Federal, que já possuem a infraestrutura necessária. O processo será implementado de forma gradual, com cronogramas definidos por região e grupo de beneficiários.
Etapas do processo:
- Convocação: O governo publicará o cronograma oficial, informando datas e prazos.
- Agendamento: O atendimento poderá ser marcado pelo aplicativo Caixa Tem ou presencialmente em uma agência.
- Coleta: Será feito o registro das digitais e, quando necessário, o reconhecimento facial.
- Validação: As informações serão cruzadas com outras bases de dados para confirmar a identidade do beneficiário.
O processo será progressivo, evitando filas e sobrecarga no sistema.
Onde será possível fazer a biometria
Os beneficiários poderão realizar o cadastro biométrico nos seguintes locais:
- Agências da Caixa Econômica Federal;
- Unidades do Cadastro Único (CRAS);
- Postos digitais do Governo Federal;
- Locais conveniados com prefeituras e governos estaduais.
Nas áreas mais afastadas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, o governo estuda o envio de unidades móveis, que devem garantir o acesso ao serviço em comunidades rurais e municípios de difícil deslocamento.
Cronograma e prazos
Embora a obrigatoriedade entre em vigor somente em novembro de 2025, o processo de cadastramento começou de forma experimental ainda em 2024. Segundo o MGI, o cronograma completo será divulgado até o fim de outubro, com detalhamento por estado.
A expectativa é que até junho de 2026 todos os beneficiários elegíveis já tenham concluído o registro biométrico.
Segurança digital e proteção de dados
Um dos pontos centrais da nova política é o compromisso com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O governo assegura que as informações coletadas não serão compartilhadas com terceiros e serão armazenadas em servidores criptografados e auditáveis.
De acordo com o MGI, os dados biométricos terão uso exclusivo para fins de identificação e verificação de benefícios públicos. Além disso, auditorias independentes serão realizadas periodicamente para garantir a transparência e a integridade do sistema.
O que acontece se o beneficiário não fizer a biometria
Quem for convocado e não realizar o cadastro dentro do prazo poderá ter o pagamento do Bolsa Família temporariamente bloqueado.
O bloqueio, no entanto, não é definitivo. Assim que o beneficiário comparecer a um ponto de atendimento e concluir o processo de validação biométrica, o benefício será restituído normalmente.
A medida busca equilibrar rigor e flexibilidade, evitando que o beneficiário seja prejudicado em caso de dificuldade de deslocamento ou falta de acesso à internet.
Um passo para o futuro da gestão social
A implementação da biometria no Bolsa Família representa mais do que uma mudança técnica — é um marco na modernização da gestão social brasileira. O uso de tecnologias de identificação biométrica, aliado à integração de bancos de dados, tende a tornar o sistema mais confiável, ágil e transparente.
Segundo especialistas em políticas públicas, o modelo brasileiro pode, inclusive, servir de referência para outros programas de assistência da América Latina.
A obrigatoriedade da biometria no Bolsa Família, que começa a valer em novembro de 2025, é um passo decisivo na busca por mais segurança e eficiência na distribuição de recursos públicos. Com a medida, o governo pretende reduzir fraudes, garantir justiça social e fortalecer a credibilidade de um dos maiores programas de transferência de renda do mundo.
Os beneficiários devem ficar atentos aos comunicados oficiais e aguardar a convocação para o cadastramento biométrico, garantindo assim a continuidade do benefício sem interrupções.
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