Um episódio trágico abalou a tranquilidade da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. Na noite de quinta-feira, 3 de abril, um ataque a tiros dentro do Campus I terminou com a morte de Keyne Santos Vinícius, de 40 anos, dono de uma copiadora que funcionava no local, e deixou ferido seu sócio e amigo, Wesley Oliveira Porto, de 36 anos.
De acordo com relatos, o autor dos disparos, identificado como Flávio Medeiros, de 47 anos, teria invadido o prédio da Central de Integração Acadêmica, no bairro de Bodocongó, e efetuado pelo menos dez tiros contra Keyne. Wesley tentou proteger o amigo e também acabou sendo atingido. Keyne morreu ainda no local. Wesley foi socorrido e encaminhado ao Hospital de Emergência e Trauma.
A situação gerou momentos de pânico. Estudantes relataram que, com os tiros, houve correria, gritos e desespero. Algumas pessoas chegaram a se machucar ao tentar fugir da confusão, inclusive pulando de janelas para se proteger. O clima foi descrito como caótico por testemunhas.
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O que teria motivado o ataque
A Polícia Civil investiga as circunstâncias do crime, e a principal linha de apuração aponta para um possível crime passional. Segundo informações repassadas à imprensa local, o autor dos disparos não aceitava o envolvimento da vítima com sua ex-companheira. Após o ataque, Flávio Medeiros teria tentado tirar a própria vida. Ele foi encontrado dentro de um carro, em estado grave, nas imediações da Alça Sudoeste, e foi socorrido pela polícia.
Universidade suspende atividades e se posiciona
Diante da gravidade do caso, a reitoria da UEPB emitiu uma nota oficial suspendendo todas as atividades acadêmicas e administrativas presenciais entre os dias 4 e 11 de abril. A universidade informou que, nesse período, o trabalho administrativo será feito remotamente. A medida, segundo o comunicado, visa proteger a comunidade acadêmica e permitir a reavaliação das estratégias de segurança no campus.
O texto da universidade também expressou solidariedade às famílias das vítimas e reafirmou o compromisso com a segurança de alunos, professores e funcionários.
Estudantes cobram reforço na segurança
Logo após o ocorrido, alunos da UEPB usaram as redes sociais para expressar indignação e preocupação com a segurança da instituição. Muitos relataram que sempre se sentiram vulneráveis dentro do campus, por conta da falta de controle de entrada e saída de pessoas.
Entre as sugestões apontadas pelos estudantes estão a instalação de catracas eletrônicas, revistas para visitantes e monitoramento mais rigoroso dos acessos. Uma aluna, presente no momento do ataque, disse que o susto foi enorme e que escapou por pouco. Em sua postagem, reforçou que a estrutura de segurança da universidade precisa ser urgentemente revista.
Universidade responde críticas
Em resposta às críticas, o chefe de gabinete da UEPB, José Luciano Albino Barbosa, afirmou que a universidade é um ambiente aberto, pensado para promover a interação e circulação de pessoas. Segundo ele, não se trata de uma instituição fechada, com controle rígido como em empresas privadas. Barbosa classificou o ocorrido como uma “fatalidade”, negando que tenha havido falha de segurança.
A declaração gerou ainda mais discussões entre os estudantes, que continuam cobrando medidas concretas. O episódio acendeu o alerta sobre a necessidade urgente de políticas de prevenção, protocolos de emergência e investimento em segurança nos espaços universitários.
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