A manhã da última terça-feira (23/4) trouxe à tona uma dor difícil de descrever. Em meio à imensidão do Pantanal, entre os municípios de Miranda e Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, o corpo de Jorge Avalo, conhecido carinhosamente como “Jorginho”, foi encontrado pelo próprio cunhado.
O que mais impressiona nessa história é que, segundo ele, foi Deus quem apontou o local onde estavam os restos mortais do caseiro, vítima de um brutal ataque de onça.
“Deus falou pra mim: ‘Vai lá naquele capão’”, contou o cunhado, com a voz embargada e cheia de emoção. “Tinha certeza que meu cunhado estaria aqui.” O relato é de cortar o coração, porque mostra não só o amor e o desespero da família, mas também a fé que os guiou em meio à mata fechada.
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Durante o resgate, era possível ouvir o som dos facões abrindo caminho entre a vegetação, como se a natureza estivesse sendo vencida à força para revelar a dolorosa verdade.
Um ataque que comoveu o Brasil
O caso de Jorginho chocou o país. Imagens registradas anteriormente mostravam uma onça rondando a região onde ele trabalhava como caseiro. O predador selvagem, que provavelmente agiu por fome, segundo investigação da polícia, acabou tirando a vida de um homem simples, trabalhador, que tinha uma rotina pacata e era querido por todos ao seu redor.
Para a família, nada justifica a forma como tudo aconteceu. Jorginho não teve tempo de se defender. Sua ausência agora deixa um vazio que jamais será preenchido, mas também levanta um alerta importante sobre o convívio humano com a natureza em áreas de risco.
Uma dor que virou oração
Ao encontrar o corpo do cunhado, o homem não apenas expressou sua dor, mas também agradeceu a Deus pelo direcionamento. Mesmo com a tragédia estampada nos olhos, havia um sentimento de paz por finalmente poder dar um desfecho à angústia de dias sem notícias.

A fé foi o que sustentou essa busca. A mesma fé que moveu a família e a fez acreditar que, de alguma forma, encontrariam Jorginho.
Uma história para refletir
Esse acontecimento nos convida a refletir sobre a realidade de muitos trabalhadores rurais que vivem isolados, expostos a riscos naturais, muitas vezes sem a estrutura ou segurança que merecem. A dor da família de Jorginho é também um alerta para as autoridades e para a sociedade como um todo.
A tragédia mostra como, mesmo em pleno século XXI, existem regiões do Brasil onde a vida humana ainda se equilibra entre a sobrevivência e o abandono. Histórias como essa precisam ser contadas, não apenas pela comoção que causam, mas pela urgência de mudanças que elas exigem.
Que a memória de Jorginho seja lembrada com respeito
Neste momento de luto, a única certeza que fica é que Jorginho não será esquecido. Sua história agora ecoa não só no coração de quem o conhecia, mas também em todo o Brasil, que acompanha comovido essa narrativa de perda, fé e dor.
A família, que agora busca forças para seguir, merece nosso respeito e nossa solidariedade. E Jorginho, que teve sua vida interrompida de forma tão brutal, merece ser lembrado como homem de fé, de trabalho e de dignidade.
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