A dura verdade por trás do creminho ‘gostoso’ dos Teletubbies – Veja vídeo

Para quem cresceu nos anos 2000, o programa infantil Teletubbies representava um universo mágico e divertido, com personagens coloridos que conquistaram o coração de crianças do mundo todo. No entanto, os bastidores dessa produção icônica guardam histórias pouco conhecidas – e bem menos encantadoras – reveladas recentemente por Nikky Smedley, intérprete da personagem Laa-Laa.

Em seu livro autobiográfico Over the Hill and Far Away, publicado em 2022, Smedley compartilha suas memórias sobre os bastidores do programa. Embora reconheça os momentos felizes e o impacto cultural dos Teletubbies, ela também escancara os desafios enfrentados durante as gravações. E um dos detalhes mais surpreendentes envolve justamente um dos elementos mais marcantes do programa: o famoso “creminho gostoso”.

Uma mistura nada apetitosa

Quem assistiu aos Teletubbies certamente se lembra do Tubby Custard, o creme rosa que os personagens tanto amavam. Porém, segundo Smedley, o cheiro da mistura era tudo menos agradável. O alimento era feito a partir de purê de batata instantâneo, diluído e tingido com corante rosa para alcançar a consistência e cor características.

O problema? A manutenção dos equipamentos usados para preparar o creme deixava a desejar. “O odor que saía dessas máquinas era suficiente para fazer qualquer um passar mal. Chegava a embrulhar o estômago”, revelou a atriz. A sensação de nojo era tamanha que ela descreve o cheiro como algo que “faria você vomitar”.

Quando a fantasia vira ameaça

Além das dificuldades técnicas, Nikky Smedley também viveu uma experiência extremamente desconfortável fora do set: o assédio por parte de um fã obsessivo. Embora a série fosse voltada ao público infantil, Smedley começou a receber cartas perturbadoras direcionadas não a ela, mas à personagem Laa-Laa.

Segundo relata no livro, as mensagens vinham de um homem adulto que fazia comentários de cunho sexual envolvendo a personagem e até mencionava o “creminho gostoso” em contextos inapropriados. “Apesar de sempre ter sido bom receber cartas de fãs, houve um momento em que percebi que aquilo tinha passado dos limites. Não era mais carinho, era perseguição”, afirmou.

Diante da situação, a atriz procurou ajuda da produção do programa, que passou a interceptar e filtrar as correspondências recebidas. Mesmo assim, o desconforto vivido por ela foi tão intenso que, por um tempo, Smedley decidiu esconder sua profissão de atriz infantil para evitar novos episódios semelhantes.

Uma lembrança agridoce

Apesar dos episódios desagradáveis, Nikky Smedley reconhece a importância que o programa teve para milhões de crianças ao redor do mundo. Ela não renega sua trajetória como Laa-Laa, mas alerta para os desafios e vulnerabilidades enfrentadas por profissionais que trabalham em produções infantis — principalmente quando se tornam rostos conhecidos de um público tão amplo e imprevisível.

O relato da atriz serve como um lembrete de que nem tudo o que brilha na televisão é tão colorido quanto parece. Nos bastidores da fantasia, também há desconforto, pressão e, em alguns casos, situações de risco que exigem atenção e apoio. E, no caso dos Teletubbies, o mundo encantado de Tinky-Winky, Dipsy, Laa-Laa e Po também teve suas sombras.