Ambulante leva tiro de delegado e tem perna amputada: “Tudo por tentar ajudar”

A confusão começou no dia 4 de maio, durante uma festa em Fernando de Noronha, local turístico conhecido por sua beleza natural — e, agora, também por esse episódio brutal. Emmanuel, que trabalhava como ambulante na ilha, se envolveu em uma discussão com o delegado Luiz Alberto Braga Queiroz, da Polícia Civil de Pernambuco.

O motivo? Um suposto olhar para a companheira do delegado. Emmanuel nega que tenha dado em cima de alguém. Segundo ele, tudo o que fez foi tentar ajudar em uma situação que estava tensa. Nas palavras do jovem:
“Talvez meu erro foi querer ajudar, ter empatia por alguém que não merece.”

Imagens de câmeras de segurança mostram que o delegado, armado, se aproxima de Emmanuel. Há um empurrão, depois uma reação — e então o tiro. Emmanuel é atingido na perna e tenta fugir mancando, gravemente ferido.

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A tragédia anunciada e a amputação

O tiro causou uma lesão grave, e a transferência de Emmanuel para um hospital especializado no continente demorou mais do que deveria. Ele mesmo lamenta isso:
“Se eu tivesse chegado ao continente mais cedo, talvez a história teria sido diferente e não fosse preciso amputar.”

Depois de dias de luta, médicos informaram que não havia mais o que fazer. A perna teve que ser amputada acima do joelho. A notícia foi confirmada por seu advogado, Anderson Flexa:
“A medicina fez o possível. Mas a gravidade da lesão tornou inevitável esse desfecho.”

Hoje, Emmanuel enfrenta uma nova realidade. Precisa de ajuda até para se alimentar, e sonha apenas com o básico: voltar para casa com dignidade.

Impunidade e poder: o que está em jogo

O caso levanta um debate importante sobre abuso de autoridade e uso desproporcional da força por parte de agentes do Estado. Afinal, o que leva um delegado armado a atirar em um cidadão desarmado por causa de ciúmes ou mal-entendido?

A repercussão do caso foi grande. A atriz Luana Piovani se emocionou ao comentar o assunto e chegou a se oferecer para ajudar Emmanuel com uma prótese. Em suas palavras:
“Até quando vamos aceitar que agentes públicos usem o poder da arma para ferir o povo?”

Essas falas ecoam um sentimento coletivo: o de revolta diante da impunidade. A pergunta que fica é: o que acontece com o delegado?

Medidas tomadas até agora

O delegado Luiz Alberto Braga Queiroz foi afastado por 120 dias e está respondendo a um processo administrativo disciplinar. A Polícia Civil de Pernambuco informou que há indícios de conduta incompatível com o cargo. Mas ainda não há prisão, nem acusação formal por tentativa de homicídio.

Enquanto isso, Emmanuel tenta reconstruir a vida.

Protestos e apoio da comunidade

Moradores da ilha organizaram manifestações. Houve bloqueio de estrada, queima de pneus e gritos por justiça. Eles não estão apenas reagindo a um ato isolado, mas pedindo um basta à violência institucional.

O que precisa mudar?

Este caso é um retrato do que acontece quando o poder encontra a impunidade. Mais do que punir o delegado, é preciso discutir mudanças estruturais:

  • Treinamento emocional e psicológico para quem porta arma
  • Canais eficientes de denúncia e proteção à vítima
  • Transparência nos processos administrativos de policiais envolvidos em agressões

E o que Emmanuel quer?

Ele deixou claro que não busca vingança. O que ele quer é justiça. Quer que o caso não seja esquecido e que sirva de exemplo para impedir novas tragédias.
“A pessoa que tentou ceifar a minha vida está tranquila em algum lugar. E isso não pode ficar assim.”

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