Quem conhece a realidade de algumas comunidades sabe: desafiar o tráfico pode ser fatal. Foi o que aconteceu com Juciene Amadeu de Jesus, conhecida como Negona, de 30 anos, na cidade de Santo Amaro da Purificação, na Bahia. Na última sexta-feira (25), ela foi brutalmente assassinada com tiros na cabeça, disparados por uma escopeta calibre 12 e um fuzil, depois de denunciar um dos chefes do Comando Vermelho (CV) no bairro Pitinga.
O crime foi ainda mais chocante porque aconteceu dentro do Condomínio Solar, onde Juciene morava, e foi testemunhado pelos seus quatro filhos, que ficaram em estado de choque. Pouco depois do assassinato, o autor dos disparos — um traficante conhecido como Júnior — e a companheira dele foram presos pelas autoridades.
Segundo relatos de moradores, a tragédia começou dias antes. Juciene teria se desentendido com a mulher de Júnior e, durante a briga, o criminoso ameaçou: se ela não parasse, seria morta. No dia seguinte, ao saber que “Negona” havia ido até a delegacia para denunciá-lo, o traficante decidiu cumprir a ameaça de forma cruel e covarde.
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A morte de Juciene é mais um reflexo do clima de medo e violência que domina comunidades afetadas pela guerra entre facções criminosas. A atuação do Comando Vermelho em diversas cidades do interior da Bahia, como Santo Amaro, tem gerado tensão constante entre os moradores, que muitas vezes se veem obrigados a conviver com ameaças, tiroteios e assassinatos brutais.
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Enquanto isso, a polícia segue investigando o caso e reforçando o policiamento na região, numa tentativa de conter a atuação das facções. Mas, para quem vive no dia a dia dessas áreas, a sensação de insegurança ainda é muito grande.
O assassinato de Juciene também destaca a necessidade de ações mais estruturadas para proteger cidadãos que denunciam crimes, especialmente em áreas dominadas pelo tráfico. Sem esse tipo de proteção, o medo e o silêncio continuam sendo as armas mais poderosas nas mãos dos criminosos.
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