“Eu achei que não ia sair vivo daquela mata” — pescador que sobreviveu a ataque de onça relembra momento de terror e conta como venceu o animal com uma faca
Imagine você em um momento tranquilo à beira do rio, pescando, quando, de repente, o silêncio da mata vira um alerta. Foi exatamente assim que tudo começou para Anderson Guedes, pescador e criador de conteúdo do Mato Grosso do Sul, que sobreviveu a um ataque brutal de uma onça.
Em um vídeo emocionante postado nas redes sociais, Anderson relembra a história de 16 anos atrás, agora reacendida após a morte recente de Jorge Avalo, de 60 anos, também atacado por uma onça na região de Touro Morto (MS). A notícia o abalou profundamente. “Ele não teve a mesma sorte que eu tive”, lamentou.
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“Tudo parou. Passarinho, vento… até o cheiro mudou”
Segundo Anderson, o clima mudou de uma hora pra outra. “Os passarinhos pararam de cantar, os macaquinhos começaram a se agitar. E aí senti um cheiro de carniça no ar. Foi quando vi a onça, agachada, pronta para o bote.”
Essa descrição, que arrepia só de ouvir, mostra o instinto apurado que ele precisou ativar em segundos. Ele tentou fugir, mas não teve tempo. A onça pulou duas vezes e o atingiu direto na cabeça.

“Ela arrancou meu couro cabeludo e mastigou meus dedos”
Com riqueza de detalhes, Anderson conta o momento mais assustador: “Ela mordeu minha cabeça e puxou o couro cabeludo até perto da orelha. Depois mordeu minha mão, arrancando quase dois dedos.”
Em meio à dor e ao pânico, ele viu a faca jogada ao lado e tomou uma decisão: lutar. “Comecei a enfiar a faca entre as costelas dela com tudo o que eu tinha de força. Quando ela cambaleou, abriu a boca cheia de sangue e me olhou… eu pensei: ‘Eu vou sair vivo.’”
Uma batalha entre o instinto de sobrevivência e a força da natureza
Foram segundos eternos. A adrenalina era tanta que ele nem sentiu a dor real na hora. A luta virou instinto puro, quase irracional. “Quando ela me largou, ouvi o barulho dela fugindo pela mata. Só então percebi o quanto eu estava ferido. Achei que tinha até perdido a visão.”
Mais de mil pontos e um milagre
Ele foi socorrido por amigos, levado ao hospital às pressas, e passou por um atendimento que impressiona até hoje. “O médico chamou toda a equipe de plantão que sabia costurar. Me deram 1.118 pontos no corpo inteiro — internos e externos. Tive que colocar dois pinos nos dedos.”
Uma verdadeira reconstrução, física e emocional.
Um alerta para quem vive perto da natureza
Anderson não romantiza o episódio, mas usa sua história para alertar. “Não é só sobre sobrevivência, é sobre respeitar o ambiente selvagem, entender os sinais e estar sempre atento.”
A história dele mostra o quanto o ser humano pode ser resistente — mas também o quanto é vulnerável diante da força bruta da natureza.
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