Se você já usou o Nubank ou alguma outra fintech para fazer pagamentos, guardar dinheiro ou pedir um empréstimo, talvez não tenha ideia do que está prestes a acontecer. Mas a verdade é que o futuro dessas empresas — e o seu jeito de lidar com o dinheiro — pode mudar radicalmente em breve.
O Banco Central está com uma proposta na mesa que pode parecer simples à primeira vista, mas que pode abalar estruturas: limitar o uso de palavras como “bank” ou “banco” para empresas que, de fato, tenham uma licença bancária completa. Parece detalhe? Nem tanto. Isso pode forçar gigantes como o Nubank a mudar de nome, repensar sua marca e até rever a forma como se posicionam no mercado. Em casos extremos, pode até inviabilizar sua operação no país, caso não se adequem.

Mas antes de achar que isso é só mais uma burocracia, vale entender o contexto: o Brasil viveu, nos últimos 10 anos, uma verdadeira revolução no setor financeiro. Fintechs surgiram como uma alternativa moderna, acessível e digital aos bancos tradicionais. Mas agora, com o setor mais maduro, o jogo está mudando — e a regra é clara: ou você é banco, ou precisa deixar isso muito evidente para o consumidor.
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A ideia é proteger você, cliente, de confusões. Afinal, quem opera como banco responde a regras muito mais rígidas: precisa ter capital de reserva, seguir normas internacionais de solvência e liquidez, e prestar contas com muito mais frequência. Já fintechs operam com licenças mais limitadas, como Instituições de Pagamento (IPs) ou Sociedades de Crédito Direto (SCDs), com regras mais flexíveis — mas também com menos garantias.
E o Nubank nisso tudo?
Hoje, o Nubank é tecnicamente uma SCD. Ele oferece diversos serviços financeiros, mas ainda não é um banco com licença completa. Se a proposta for aprovada, terá dois caminhos pela frente: ou entra no jogo dos grandes, se tornando oficialmente um banco — o que exige um processo burocrático e caro — ou terá que deixar de usar o termo “bank” no nome.
Isso implica mudar site, app, materiais de marketing, contratos… tudo. E você sabe: uma mudança de marca nessa escala custa milhões e pode afetar até a confiança do consumidor.
Entidades que representam o setor, como a ABFintechs, já estão em campo argumentando que essa mudança pode sufocar a inovação e dar ainda mais vantagem aos bancos tradicionais. Por outro lado, especialistas dizem que a proposta está alinhada com o que já acontece em outros países, e ajuda a criar um ambiente mais transparente e seguro para quem usa serviços financeiros.
A consulta pública segue até 31 de maio de 2025, e qualquer pessoa pode opinar — inclusive você. Depois disso, se a regra for aprovada, as empresas terão de 6 a 12 meses para se adaptar. Ou seja, o relógio já está correndo.
Será que o Nubank vai mudar de nome? Vai buscar a licença bancária? Ou será o começo do fim da era das fintechs como conhecemos?
Fica com a gente até o fim do artigo, porque a história só está começando — e ela pode mexer direto no seu bolso.
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