Quem foi o cardeal Becciu demitido pelo Papa Francisco e por que o caso chamou atenção

Cardeal Becciu Cardeal Becciu
Cardeal Becciu

Giovanni Angelo Becciu é um nome que vem gerando polêmica no Vaticano, especialmente desde sua demissão pelo Papa Francisco. Embora tenha perdido os direitos e privilégios que o cargo de cardeal lhe conferia, Becciu ainda insiste em participar do conclave, a eleição secreta para escolher o próximo papa.

Esse episódio tem levantado questões sobre poder, fé e o impacto das decisões papais, principalmente quando envolvem figuras de grande destaque.

Quem Foi Giovanni Angelo Becciu?

Becciu nasceu em Pattada, na Itália, no dia 2 de junho de 1948. Ordenado sacerdote em 1972 e formado em Direito Canônico, ele começou a trilhar seu caminho no serviço diplomático do Vaticano em 1984.

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Ao longo de sua carreira, Becciu foi nomeado para cargos de alta responsabilidade, incluindo núncio apostólico em diversos países, como Angola, São Tomé e Príncipe, e Cuba. Ele chegou a ser ordenado bispo em 2001, e logo após foi nomeado para funções ainda mais importantes no Vaticano.

Em 2011, no pontificado do Papa Bento XVI, Becciu foi nomeado “substituto” para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, o que o tornava uma das figuras mais poderosas dentro da administração do Vaticano.

Nesse cargo, ele detinha enorme influência, sendo capaz de se reunir diretamente com o Papa sem agendamento prévio, o que consolidava sua autoridade sobre a estrutura da Igreja. Seu prestígio aumentou ainda mais quando, em 2018, o Papa Francisco o nomeou Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, um cargo fundamental no processo de canonização dos santos.

O Escândalo e a Demissão

Tudo parecia indicar que Giovanni Becciu seguiria uma trajetória ascendente na Igreja, mas um grande escândalo abalou sua carreira. Em 2023, ele foi condenado a cinco anos e meio de prisão por peculato e fraude, envolvendo a compra de um imóvel de luxo em Londres, que gerou um prejuízo de 139 milhões de euros para as finanças do Vaticano. Becciu tornou-se o primeiro cardeal a ser sentenciado por um tribunal criminal da Santa Sé, um marco que foi amplamente noticiado.

Durante todo o processo, Becciu manteve sua inocência, argumentando que as acusações contra ele eram infundadas. Ele recorreu da decisão, e o caso ainda está sendo analisado. Enquanto o julgamento segue seu curso, Becciu continua morando em um apartamento no Vaticano, uma concessão que lhe foi permitida enquanto o processo estiver em andamento.

Em 2020, antes do julgamento, o Papa Francisco tomou uma decisão drástica: aceitou a renúncia de Becciu ao cargo de Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e ordenou que ele renunciasse aos direitos e privilégios relacionados ao Cardinalato.

Embora tenha sido afastado de suas funções e de algumas prerrogativas, Becciu nunca foi oficialmente removido do Colégio Cardinalício. Isso significa que ele ainda tem permissão para participar das discussões pré-conclave, o que gerou ainda mais controvérsia, considerando os graves processos legais que enfrenta.

A Persistência de Becciu: Um Desafio às Autoridades do Vaticano

Apesar de ter perdido a maioria dos direitos e funções, Giovanni Becciu continua lutando para manter sua posição, especialmente no que se refere ao conclave. Ele nega as acusações contra si e considera injusta sua ausência da lista oficial de cardeais divulgada pelo Vaticano.

Sua persistência em querer participar da escolha do próximo Papa, mesmo diante de toda a crise que vive, chama a atenção e gera debates sobre a influência de figuras tão poderosas dentro da Igreja.

Essa situação coloca em evidência não apenas a complexidade das estruturas do Vaticano, mas também os desafios enfrentados pela Igreja Católica diante de escândalos envolvendo altos membros do clero. O caso de Becciu reflete uma luta entre autoridade e justiça, entre a preservação do poder e a necessidade de seguir os princípios de transparência e moralidade.

Conclusão: O Futuro de Giovanni Becciu

Giovanni Angelo Becciu permanece no centro das atenções, não apenas como um cardeal demitido, mas também como um símbolo de como a Igreja Católica lida com crises internas. Seu caso levanta questões importantes sobre responsabilidade e os limites do poder dentro da Igreja, um poder que, em muitos casos, parece ser mais difícil de abalar do que o imaginado.

Enquanto o julgamento de Becciu continua, o Vaticano segue observando com atenção o desfecho de uma história que mistura fé, política e a complexidade de uma instituição secular. Para aqueles que acompanham a trajetória do cardeal, fica a reflexão: como a Igreja Católica lidará com o peso de suas decisões quando se deparar com figuras de poder tão influentes? O tempo dirá, mas por enquanto, Becciu continua sendo uma figura a ser observada de perto.

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