Papa Francisco morre aos 88 anos e foi o primeiro Papa Latino-americano

O mundo se despede nesta segunda-feira (21) de uma das figuras religiosas mais influentes do século XXI. O papa Francisco faleceu aos 88 anos, conforme confirmado pelo Vaticano. A causa da morte não foi divulgada oficialmente, mas o pontífice enfrentava problemas de saúde nos últimos anos, especialmente de ordem respiratória.

No início de fevereiro, durante uma audiência no Vaticano, o próprio papa mencionou que estava com um “forte resfriado”, mais tarde descrito oficialmente como um quadro de bronquite. Devido à condição, passou a realizar alguns compromissos diretamente de sua residência, reduzindo a exposição pública.

A saúde do papa Francisco já era motivo de atenção. Aos 21 anos, ele teve uma pneumonia grave, o que o levou a perder parte do pulmão direito. Além disso, foi submetido à retirada de três cistos pulmonares. Desde então, convivia com a capacidade respiratória reduzida.

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Quem foi o papa Francisco

Nascido Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936, na capital argentina Buenos Aires, ele foi o primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica e também o primeiro jesuíta a ocupar o cargo mais alto do Vaticano.

Antes de seguir a vida religiosa, Bergoglio estudou química e chegou a trabalhar como técnico de laboratório. Mas seu caminho mudou em 1958, quando ingressou na Companhia de Jesus. Foi ordenado padre em 1969 e, a partir de então, assumiu funções cada vez mais relevantes dentro da Igreja. Em 1998, tornou-se arcebispo de Buenos Aires. Em 2001, foi nomeado cardeal pelo então papa João Paulo II.

Sua eleição como pontífice aconteceu em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI. A escolha de um papa vindo da América Latina simbolizou um marco de renovação e aproximação com fiéis de todo o mundo, especialmente os das periferias.

Uma liderança marcada pela simplicidade e por posicionamentos firmes

Ao longo de seu papado, Francisco ficou conhecido por seu estilo simples, acessível e direto. Escolheu morar na Casa Santa Marta, uma residência modesta dentro do Vaticano, recusando o tradicional Palácio Apostólico.

Ele também ganhou destaque por abordar temas sociais e ambientais com coragem. Defendeu os pobres, criticou o excesso de consumo, falou sobre desigualdade e combateu a indiferença diante das crises migratórias. Em 2015, publicou a encíclica Laudato Si’, um dos documentos mais importantes da Igreja sobre meio ambiente e mudanças climáticas.

Além disso, promoveu gestos simbólicos marcantes, como o lava-pés de presos, mulheres e muçulmanos durante a Semana Santa, e encontros com líderes de outras religiões para incentivar o diálogo inter-religioso e a paz mundial.

Enfrentou crises e escândalos dentro da própria Igreja

Apesar de seu papel transformador, Francisco também enfrentou grandes desafios. Um dos mais difíceis foi lidar com os inúmeros casos de abuso sexual cometidos por membros do clero. Centenas de vítimas em diversas partes do mundo denunciaram padres, bispos e funcionários da Igreja por crimes sexuais.

Francisco chegou a pedir perdão publicamente pelas falhas da Igreja e reconheceu a necessidade de responsabilização. Criou comissões e adotou medidas internas para lidar com os abusos, mas parte dos críticos afirma que muitas denúncias ainda seguem sem investigação ou julgamento adequado.

Um legado de humanidade e diálogo

O legado do papa Francisco vai além dos muros do Vaticano. Ele procurou tornar a Igreja mais aberta, humana e próxima das realidades sociais. Falou sobre acolhimento, defendeu imigrantes, pediu mais compaixão com os marginalizados e propôs uma Igreja em saída, disposta a caminhar com os pobres e a escutar os que sofrem.

Ele também mostrou disposição para atualizar a linguagem da Igreja em relação a temas contemporâneos. Embora sem promover mudanças doutrinárias radicais, Francisco se posicionou de forma mais acolhedora em relação a homossexuais, mulheres e divorciados, promovendo uma postura pastoral mais compreensiva e menos punitiva.

O mundo se despede de um líder espiritual que marcou uma era

Com a morte do papa Francisco, a Igreja Católica entra em um novo capítulo de sua história. Seu papado foi marcado por gestos simbólicos, palavras firmes e um desejo genuíno de aproximar a fé da vida cotidiana das pessoas.

Mesmo diante de críticas e resistências internas, ele conseguiu renovar o olhar do mundo sobre o papel do papa no século XXI. Francisco deixa um legado de diálogo, humanidade e compromisso com os mais vulneráveis — características que o acompanharam desde a juventude até seus últimos dias como líder da Igreja Católica.

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