José Phillippe Ribeiro de Castro foi aprovado na fase de análise de vida pregressa do concurso para delegado da Polícia Civil de São Paulo, conforme lista publicada na última segunda-feira (31/3) pela Fundação Vunesp, responsável pela organização do certame. A inclusão de seu nome na relação de candidatos habilitados chamou a atenção devido ao seu histórico criminal, que inclui uma condenação a 15 anos de prisão por crimes violentos cometidos durante uma festa na Gávea, Rio de Janeiro, em 2015.
Histórico de Violência e Condenação
Em agosto de 2027, Castro foi condenado pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, por lesão corporal gravíssima contra Gabriel Cunha da Silva e Ana Carolina Romeiro, além de lesão corporal culposa contra Lourenço Albuquerque Mayer Brenha. Segundo a sentença, Gabriel teve parte da orelha arrancada após ser atacado com um saca-rolhas sujo de sangue. Ana Carolina, que tentou intervir para defender o namorado, foi atingida por três perfurações e precisou passar por uma cirurgia de emergência no abdome e no tórax. Já Lourenço sofreu cortes na mão e no braço ao tentar conter a agressão.
Na época, a delegada Monique Vidal, da 14ª DP (Leblon), descreveu o episódio como uma “festa de horrores”. José Phillippe foi indiciado por dupla tentativa de homicídio e lesão corporal, e a Justiça determinou que ele cumprisse pena sem direito a recorrer em liberdade.
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Além desse caso, Castro acumula pelo menos oito registros policiais, incluindo acusações de violência doméstica, agressão, violação de domicílio e constrangimento ilegal. Parte desses processos envolve denúncias de mulheres, incluindo uma ex-namorada que o acusou de agressão, resultando em condenação com base na Lei Maria da Penha.
Como ele passou na análise de vida pregressa?
Mesmo com esse histórico, José Phillippe foi considerado apto na fase de investigação social do concurso para delegado. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) explicou que a análise de conduta seguiu os critérios da Portaria DGP-28/2014, que leva em conta certidões cíveis e criminais, cartas de referência e documentos, incluindo a reabilitação criminal obtida pelo candidato.
A pasta ressaltou que a aprovação nessa etapa não garante automaticamente a posse no cargo, pois os candidatos nomeados passam por um estágio probatório de três anos. Caso surjam elementos que comprometam os requisitos de conduta ilibada, ele poderá ser desligado da carreira.
Já a Fundação Vunesp esclareceu que a responsabilidade pela investigação social cabe exclusivamente à Academia de Polícia, que conduz essa parte do processo seletivo.
Outras Aprovações em Concursos Públicos
Além do concurso para delegado, o nome de José Phillippe também aparece na lista de candidatos aprovados para a etapa discursiva do certame para promotor substituto do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do candidato. O espaço segue aberto para manifestações.
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