Jasiane Teixeira, conhecida como “Dona Maria”, é apontada pelas autoridades como a maior traficante de drogas e armas da Bahia. Considerada uma das criminosas mais influentes do estado, ela foi presa em São Paulo, onde vivia atualmente, quase quatro anos após conseguir liberdade por meio de um habeas corpus.
A prisão ocorreu em janeiro, resultado de uma ação conjunta das polícias da Bahia e de São Paulo. No momento da captura, Jasiane estava com R$ 66 mil em espécie, anotações detalhadas sobre o comércio de drogas e diversos celulares, indicando sua ativa participação no tráfico.
Condenação por homicídio e envolvimento com facções
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Jasiane já era considerada foragida da Justiça. Ela foi condenada a 14 anos de prisão pela participação no assassinato de um agente penitenciário e também respondia por tráfico de drogas e porte ilegal de armamento.
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Além desses crimes, as investigações apontam que “Dona Maria” ordenava uma série de delitos na região de Jequié, no sudoeste baiano. Entre eles estão roubos, falsidade ideológica e corrupção de menores. As autoridades também acreditam que ela continua casada com um suspeito de integrar uma facção criminosa paulista, embora as forças policiais ainda não tenham localizado o homem.
O papel de “Dona Maria” dentro do crime organizado
O Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), revelou que Jasiane gerenciava a contabilidade de uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas em Vitória da Conquista, também no sudoeste da Bahia.
Ela utilizava uma estratégia sofisticada para ocultar seus lucros ilícitos, espalhando os recursos em contas de terceiros por meio de depósitos fracionados. Esse método dificultava o rastreamento do dinheiro por órgãos de fiscalização e investigações financeiras.
Prisão anterior e atuação no tráfico internacional
A primeira prisão de Jasiane ocorreu em 2019, quando foi capturada na cidade de Biritiba Mirim, em São Paulo. Na época, seu nome figurava no Baralho do Crime da SSP-BA, uma lista dos criminosos mais procurados do estado. Ela ocupava a posição de Dama de Copas.

Após sua captura, foi transferida para Salvador sob forte esquema de segurança. Algemada nos pés e mãos, com os olhos vendados, Jasiane foi transportada em uma aeronave do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer). No dia seguinte, foi apresentada à imprensa e alegou inocência.
As investigações revelaram que sua influência ia além do tráfico local. Segundo a polícia, Jasiane intermediava a compra de armamento pesado, incluindo fuzis e granadas, para os grupos que liderava. Sua organização também usava aviões para transportar drogas e armas de países como Bolívia, Venezuela, Colômbia e Peru.
Em uma dessas operações, um avião foi apreendido pela polícia de Vitória da Conquista e, posteriormente, leiloado por R$ 800 mil em 2020.
Liberdade concedida e nova prisão
Após passar alguns meses presa no Conjunto Penal de Juazeiro, Jasiane conseguiu um habeas corpus em março de 2020. A decisão da Justiça baiana revogou sua prisão preventiva sem impor monitoramento eletrônico ou prisão domiciliar.
Na época, a defesa de “Dona Maria” argumentou que a prisão era ilegal e conseguiu a liberação assinada pelo desembargador Lourival Almeida Trindade.
No entanto, sua liberdade não durou muito. Com novas investigações em andamento, ela voltou a ser capturada e agora aguarda a transferência para a Bahia, onde será mantida sob custódia para responder pelos crimes.
O impacto da prisão de “Dona Maria”
A captura de Jasiane Teixeira representa um duro golpe no crime organizado na Bahia, especialmente no tráfico de drogas e armas. Sua atuação como gestora financeira e operacional da facção criminosa a tornava uma peça-chave no esquema ilegal.
A polícia segue investigando seus parceiros e redes de contato para desmantelar completamente sua estrutura criminosa. Enquanto isso, a prisão da mulher que já foi considerada a maior traficante da Bahia reforça a necessidade de intensificar o combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas no estado.
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