Embora nos consideremos seres empáticos, há momentos em que sentimos um prazer quase inconsciente ao ver alguém falhar. Isso pode parecer contraditório, mas, segundo estudos psicológicos, esse sentimento tem até nome: schadenfreude.
A inteligência artificial (IA) analisou milhões de interações humanas e trouxe insights surpreendentes sobre esse fenômeno. Mas afinal, por que nos sentimos assim?
O prazer pelo fracasso alheio tem raízes profundas
Desde os tempos antigos, a queda de um rival podia significar melhores oportunidades de sobrevivência. Esse instinto competitivo foi evoluindo e, hoje, aparece de forma mais sutil, especialmente no mundo digital.
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Nas redes sociais, onde a validação social é tão disputada, o erro de uma figura pública se torna um espetáculo. A IA detectou que falhas e polêmicas de pessoas influentes geram reações intensas e, muitas vezes, viram tendência. Mas o que explica essa necessidade de celebrar a queda alheia?
Comparação social: a psicologia por trás do fenômeno
O psicólogo Leon Festinger, criador da Teoria da Comparação Social, revelou que medimos nosso valor a partir da performance dos outros. Ou seja, quando alguém falha, inconscientemente nos sentimos superiores.
A IA confirmou isso ao analisar os algoritmos das redes sociais:
- O fracasso de celebridades gera alto engajamento.
- Notícias sobre erros de figuras públicas viralizam com facilidade.
- Comentários sarcásticos e debochados ganham mais curtidas e compartilhamentos.
Isso acontece porque a schadenfreude ativa áreas do cérebro ligadas à recompensa. Em outras palavras, ver alguém falhar pode, momentaneamente, nos fazer sentir bem.
Redes sociais: palco para a humilhação coletiva
As plataformas digitais amplificaram essa tendência. Estudos mostram que conteúdos negativos e polêmicos recebem mais interações do que os positivos. O resultado? Um ciclo vicioso onde o fracasso alheio se torna entretenimento.
No entanto, esse comportamento tem consequências reais. O cyberbullying e a humilhação online podem causar danos psicológicos severos às vítimas. A IA já identificou padrões preocupantes, mostrando que discursos de ódio se espalham com facilidade quando há um “motivo” para atacar alguém.
Como quebrar esse ciclo?
Reconhecer que o prazer pelo fracasso alheio é um reflexo natural pode nos ajudar a controlá-lo. Ao invés de alimentar o escárnio, a empatia pode ser uma ferramenta poderosa para transformar a maneira como lidamos com os erros dos outros. Afinal, todos estamos sujeitos a tropeços – e ninguém gostaria de ser o próximo alvo.
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