O depoimento de Andreas von Richthofen, irmão de Suzane von Richthofen, marcou um dos momentos mais tensos e reveladores do julgamento que apurou o assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002. O relato, prestado em 18 de julho de 2006, trouxe à tona detalhes até então desconhecidos e expôs, de forma definitiva, o rompimento entre os dois irmãos.
Na época, Andreas — então estudante da USP e com apenas 20 anos — falou por cerca de três horas diante do tribunal. Com tom contido, mas firme, ele afirmou que não acreditava no arrependimento da irmã e que jamais seria capaz de perdoá-la pelo crime que destruiu sua família.
O depoimento que confirmou o rompimento familiar
Segundo informações publicadas pela Folha de S. Paulo, Andreas contou que Suzane tentou manipulá-lo emocionalmente em diversas ocasiões, inclusive em questões ligadas à herança dos pais. Ele relatou que a irmã chegou a mentir ao afirmar publicamente que abriria mão dos bens da família, avaliados em cerca de R$ 2 milhões.
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Durante o depoimento, o jovem afirmou ainda que Suzane exigia controle sobre objetos da antiga casa — “talheres, louças, sofás, camas” — e que, quando o advogado dela sugeriu que desistisse da herança, Andreas apenas riu, descrevendo a situação como “absurda”.
Andreas desmentiu a versão da irmã sobre a noite do crime
Em outro trecho de seu depoimento, Andreas desmentiu uma das principais versões apresentadas por Suzane. Ele afirmou que a irmã não aparentava estar sob efeito de drogas na noite do crime e confirmou que a arma utilizada nos assassinatos — posteriormente encontrada dentro de um urso de pelúcia — pertencia a ela.
Essa foi a primeira vez que Andreas falou publicamente sobre o caso. Até então, ele havia se mantido em silêncio desde o assassinato dos pais, em outubro de 2002.
Relação com Suzane e Daniel Cravinhos
Na época do crime, Andreas tinha 16 anos e mantinha uma relação próxima com a irmã e com Daniel Cravinhos, namorado de Suzane e um dos executores dos assassinatos. Segundo o próprio Andreas, Daniel chegou a apresentá-lo ao uso de maconha, o que reforçava a influência que o casal exercia sobre ele durante a adolescência.

O irmão contou que, após o crime, tentou manter contato com Suzane e chegou a visitá-la no presídio algumas vezes. No entanto, com o passar do tempo, ele passou a compreender a gravidade dos fatos e o vínculo entre os dois se desfez completamente.
O bilhete que ele foi obrigado a escrever
Entre os momentos mais marcantes do depoimento está a revelação de um bilhete escrito em 2003, em que Andreas aparentemente demonstrava apoio à irmã. No entanto, no tribunal, ele esclareceu que havia sido pressionado emocionalmente por Suzane a redigir o texto.
“Ela me obrigou a escrever”, declarou. O conteúdo do bilhete dizia que Andreas sentia saudades e era contra o processo judicial que excluía Suzane da herança dos pais. “Foi outra forma de chantagem emocional”, acrescentou.
“Dizem que ela é psicopata. Não sei. Mas de uma pessoa assim, pode-se esperar qualquer coisa.”
Andreas também revelou ter sido procurado por Suzane anos depois, quando ela chegou a frequentar as imediações da casa de seu tio, Miguel Abdalla, onde ele vivia. Em um dos trechos mais duros de seu relato, afirmou:
“Dizem que ela é psicopata. Não sei. Mas de uma pessoa assim, a gente pode esperar qualquer coisa.”
Depoimento voltou a repercutir após série da Amazon Prime
O depoimento de Andreas, que havia ficado restrito aos autos do processo, voltou a ganhar destaque após a estreia da série Tremembé, da Amazon Prime Video, lançada em 31 de outubro de 2025. A produção mistura ficção e fatos reais para retratar a vida de presos conhecidos, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Alexandre Nardoni.
O interesse do público pelo caso foi renovado, relembrando um dos crimes mais emblemáticos do país e reforçando a figura de Andreas como o único sobrevivente de uma tragédia familiar que marcou a história recente do Brasil.
No encerramento de seu depoimento, com voz pausada e olhar firme, Andreas pediu para não ficar frente a frente com os réus.
“Não quero encontrar com eles”, disse ao juiz, num momento de silêncio absoluto no plenário.
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