O Ministério dos Transportes apresentou uma proposta que promete mudar profundamente o processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil. A ideia é permitir que futuros motoristas contratem instrutores autônomos, sem a necessidade de vínculo com uma autoescola tradicional. O objetivo é duplo: reduzir custos para os candidatos e ampliar as oportunidades de trabalho para profissionais da área de trânsito.
A iniciativa, que está em fase de consulta pública, estabelece diretrizes claras para quem deseja atuar como instrutor independente. O modelo inclui desde os pré-requisitos básicos até um processo de capacitação e certificação, que garantirá a qualificação dos profissionais e a segurança dos alunos.
Requisitos básicos para se tornar instrutor autônomo
O governo definiu critérios mínimos para assegurar que os futuros instrutores tenham experiência e conduta compatíveis com a função. Antes de iniciar o curso de formação, o candidato deve:
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- Ter 21 anos de idade ou mais;
- Possuir ensino médio completo;
- Estar habilitado há pelo menos dois anos na categoria em que pretende ensinar;
- Não ter cometido infração gravíssima nos últimos 60 dias;
- Não ter sido cassado ou suspenso do direito de dirigir.
Esses critérios funcionam como uma espécie de filtro para garantir que apenas condutores responsáveis e experientes possam se tornar instrutores.
Capacitação e certificação oficial
Cumpridos os pré-requisitos, o candidato deverá participar de um curso de formação de instrutor autônomo, voltado ao desenvolvimento de habilidades pedagógicas, domínio das leis de trânsito e técnicas de condução segura.
Ao final da formação, será aplicada uma prova de avaliação. Os aprovados receberão um certificado de conclusão, documento necessário para solicitar a Carteira de Identificação Profissional junto à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). A emissão dessa credencial será gratuita e totalmente online, pelo portal oficial da Senatran.
Com a carteira em mãos, o instrutor poderá solicitar sua autorização ao Detran de seu estado. Após o deferimento, o nome do profissional será incluído em um registro nacional público, administrado pelo Ministério dos Transportes.
Transparência e controle digital
Esse registro público permitirá que qualquer pessoa consulte, pela internet, se um instrutor está devidamente habilitado. A plataforma também disponibilizará agenda de aulas, locais e horários, oferecendo mais segurança e organização tanto para alunos quanto para instrutores.
Além disso, o sistema permitirá que o instrutor registre cada aula prática diretamente na base de dados do Detran, garantindo o controle da carga horária e evitando fraudes.
Equipamentos, responsabilidades e fiscalização
Os instrutores autônomos deverão seguir todas as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O veículo utilizado — seja do aluno ou do instrutor — deve estar em boas condições mecânicas e dentro do limite de anos de fabricação permitido. Além disso, deverá portar uma identificação visível, com a inscrição “Veículo de Ensino”.
Durante as aulas, o profissional precisará portar documentos obrigatórios, como:
- CNH válida;
- Credencial de Instrutor;
- Licença de Aprendizagem Veicular (LADV) do aluno;
- Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).
A atividade será fiscalizada regularmente pelos órgãos de trânsito, que poderão realizar inspeções a qualquer momento para garantir o cumprimento das regras.
Mais autonomia e novas oportunidades
Um dos principais atrativos da proposta é a autonomia profissional. O instrutor autônomo poderá gerenciar seus próprios horários, definir valores e formatos de aula e até atuar paralelamente em uma autoescola, caso deseje.
Para o governo, o modelo cria uma nova categoria profissional e democratiza o acesso à CNH, especialmente para quem enfrenta dificuldades financeiras com os altos custos das autoescolas.
Consulta pública e próximos passos
O texto da proposta está disponível na plataforma Participa + Brasil até o dia 2 de novembro. Até o momento, mais de 20 mil contribuições foram enviadas pela população. Após o fim da consulta, o Ministério dos Transportes e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) irão analisar as sugestões e definir a regulamentação final.
A expectativa é que o novo modelo entre em vigor em 2026, após ajustes técnicos e integração dos sistemas estaduais de trânsito.
Perguntas frequentes
1. É obrigatório o carro com duplo comando de freios?
A proposta não exige o uso de veículos com duplo comando, mas determina que o automóvel atenda a todas as normas de segurança do CTB. O Contran ainda poderá definir detalhes técnicos adicionais.
2. Como o aluno comprova as aulas práticas?
Cada aula será registrada eletronicamente no sistema do Detran, com data, horário e local. O instrutor será responsável por validar as informações.
3. Haverá preço fixo para as aulas?
Não. O valor será livremente negociado entre o instrutor e o aluno, o que pode reduzir os custos e aumentar a concorrência.
4. A proposta já está em vigor?
Ainda não. O projeto está em consulta pública e deve passar por revisão antes de ser implementado.
5. Posso dar aulas para qualquer categoria?
Somente para as categorias nas quais o instrutor estiver habilitado há pelo menos dois anos e desde que tenha feito o curso correspondente.
A proposta do Ministério dos Transportes representa uma possível revolução no sistema de formação de condutores no Brasil. Ao unir tecnologia, autonomia e qualificação, o modelo pode abrir novas portas tanto para quem ensina quanto para quem sonha em conquistar a CNH.
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