Cantor baiano é alvo de racismo em academia de Salvador: ‘cabelo duro’; veja vídeo

O cantor baiano Samuel Marques usou as redes sociais, neste domingo (5), para denunciar um episódio de racismo. Momentos antes, ele estava na academia Smart Fit localizada no bairro da Graça, em Salvador, quando foi alvo de um comentário racista de outra pessoa que também estava malhando no local.

Além de cantar como backing vocal de artistas como Saulo e Luiz Caldas, Samuel participou do The Voice Brasil 2019.

Na academia, ele conseguiu gravar a conversa com o homem, que não foi identificado, e postou o vídeo em seu perfil no Instagram.

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Nas imagens, o cantor questiona o homem sobre o comentário feito, ao que ele responde: “O urso do cabelo duro”. Surpreso, Samuel volta a perguntar se o homem acha que se parece com ele. E o homem diz: “Não, lembra, assim, o cabelo”.

Ao perceber o incômodo do cantor, o homem desconversa. “Maluquice, maluquice”, fala. Samuel afirma que não parece maluquice. Do outro lado, o homem indaga: “Parece o que?”. “Racismo”, dispara o artista.

Em seguida, os dois continuam a discussão e o homem afirma que não é racista, que tem um genro “preto” e pede desculpas. Samuel afirma que “isso não justifica nada”. Ele ainda acrescenta que os dois não se conhecem, não são amigos ou parentes para ouvir “algo tão infeliz”.

O outro aluno da academia ainda tenta se justificar e encerrar a conversa.

‘Doloroso’

Ao sair do local, Samuel ainda desabafou sobre a experiência. “Eu não consegui nem raciocinar. Mas depois que acontece isso, é severo, é doloroso pra caralho. Que diabo de país é esse, que diabo de mundo é esse em que as pessoas conseguem ser tão escrotas assim?”, indagou.

Em seguida, ele revelou que foi até o atendente da academia e ele revelou que esse não foi o primeiro episódio no local. “Ele me falou que é algo recorrente, outros alunos tinham notificado, mas nada tinha acontecido porque ninguém tinha filmado. Como pode tanta impunidade nessa porra desse Brasil”.

Ele ainda falou sobre o sofrimento de quem vive esse tipo de violência. “As pessoas dizem que é ‘mimimi’ porque não passam na pele, o racismo dói”.

Em outros vídeos postados nos stories, Samuel afirmou chorando que se sentiu melhor por ter conseguido registrar o episódio. “Diversas vezes eu passava pela academia, eu via esse rapaz me olhando e eu ficava sem entender o porquê, até que hoje ele teve a coragem de falar tudo isso que vocês viram”, completou.

Em nota, a academia Smart Fit informou que “não tolera nenhum tipo de discriminação e se solidariza com o aluno”. A empresa também afirmou que “está à disposição do aluno e das autoridades caso possa auxiliar no esclarecimento do fato relatado”.

Tentamos contato com o cantor pelas redes sociais, mas não tivemos retorno até o momento. A Polícia Civil também foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

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