Aos 71 anos, Baiana embarca em jornada de 1.600 km em mula para Festa do Peão em Barretos

senhora jegue

Aos 71 anos, Baiana embarca em jornada de 1.600 km em mula para Festa do Peão em Barretos

Marinalva Carneiro da Silva, apelidada de “mulher do jegue”, decidiu se aventurar aos 71 anos em uma jornada de mais de 1.600 km montada em uma mula. Partindo de Itaberaba, na Chapada Diamantina, com destino a Barretos, São Paulo, ela planeja participar da 69ª Festa do Peão em 15 de agosto, acompanhada por amigos.

“Sempre sonhei em ir à Festa do Peão, mas nunca consegui. Ir montada está sendo uma realização dupla!”, disse ela.

Marinalva trabalha em uma loja de roupas country em Feira de Santana, a 100 km de Salvador. Apesar de viver na segunda maior cidade da Bahia, sempre foi apaixonada pela vida no campo, o que a levou a se tornar tricampeã baiana de montaria.

Sua dedicação ao estilo de vida rural a tornou conhecida como “mulher do jegue”, um apelido originado do tempo em que ela criava um jumento chamado Pirulito e o levava a eventos agropecuários. O apelido pegou porque muitas pessoas não diferenciam jegues, jumentos e mulas.

Embora participe regularmente de eventos em Feira de Santana e região, esta é a primeira vez que Marinalva monta por mais de um dia consecutivo. A ideia da viagem surgiu de amigos de montaria que a convidaram para o percurso de mais de 40 dias.

Após alguma insistência e a isenção das taxas da viagem, Marinalva aceitou o desafio, despediu-se do filho e partiu com o grupo rumo a São Paulo.

“Eu ia apenas assistir à saída, mas eles insistiram e pensei: ‘sempre trabalhei a vida toda, vou aproveitar’. Voltei para casa, peguei minhas coisas, avisei no trabalho e vim. Tem sido uma aprendizagem incrível”, contou.

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A viagem começou em 5 de julho. Marinalva encontrou o grupo em Itaberaba, e todos seguiram juntos para Barretos. O número de viajantes varia, pois muitos não conseguem fazer todo o trajeto devido a compromissos de trabalho, mas ela garante que mais de 10 pessoas farão os 1.600 km ao seu lado.

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Para garantir o conforto dos viajantes e dos animais, o grupo organizou um carro de apoio para levar os pertences e garantir a segurança nas estradas, um engate com uma “cozinha” acoplada ao carro, e um caminhão para transportar parte das mulas, permitindo o revezamento dos animais durante o percurso.

Nas paradas, dormem em redes e colchões colocados em varandas de fazendas ou ao ar livre, buscando sempre locais onde os animais possam descansar e se alimentar bem.

Até esta terça-feira (30), o grupo já havia atravessado a Bahia, passado pelo Espírito Santo e estava em Várzea da Palma, Minas Gerais, a 300 km de Belo Horizonte. Com metade do caminho percorrido (1.022 km), restam ainda 730 km até Barretos. A previsão é que o grupo chegue a tempo para a Festa do Peão em 15 de agosto.

Depois da longa viagem a Barretos, Marinalva retornará a Feira de Santana de carro, e os animais também serão levados de volta para a Bahia.

Viajar de mula por 1.600 km pode ser uma experiência desafiadora e repleta de perigos tanto para o animal quanto para o humano. As mulas, embora resistentes, enfrentam vários riscos durante longas jornadas.

Perigos para a Mula:

Exaustão e Desidratação: Longas distâncias podem causar exaustão e desidratação. As mulas precisam de pausas regulares para descansar e se hidratar. A falta de água e comida adequada pode levar ao sofrimento e até mesmo à morte.

Lesões: O esforço contínuo pode resultar em lesões nas patas e nas articulações. O terreno irregular aumenta o risco de ferimentos, como bolhas e feridas nos cascos, o que pode comprometer a mobilidade do animal.

Problemas de Saúde: Condições climáticas extremas, como calor intenso ou frio extremo, podem afetar a saúde da mula, tornando-a suscetível a doenças e problemas respiratórios.

Falta de Nutrição: A alimentação inadequada durante a viagem pode causar deficiências nutricionais e fraqueza. É essencial garantir que a mula receba uma dieta equilibrada e suficiente para suportar a jornada.

Estresse e Comportamento: O estresse prolongado pode afetar o comportamento da mula, tornando-a mais suscetível a acidentes e problemas de saúde mental.

    Sofrimento e Cuidados Necessários:

    Para minimizar o sofrimento da mula, é crucial planejar a viagem com cuidado. Isso inclui garantir que o animal tenha acesso a água potável, alimentos nutritivos e abrigo adequado durante as paradas, que com certeza dona Marinalva e sua equipe teve. Inspeções regulares para detectar e tratar lesões ou sinais de estresse são essenciais. Além disso, oferecer pausas frequentes para descanso e garantir um ritmo de viagem adequado pode ajudar a preservar a saúde e o bem-estar da mula durante a jornada longa e extenuante.

    Fonte: G1 Bahia

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