O que se sabe e o que falta esclarecer sobre a morte de três mulheres em Ilhéus

O assassinato brutal de três mulheres enquanto caminhavam com um cachorro na Praia dos Milionários, em Ilhéus, no sul da Bahia, no dia 15 de agosto, continua a chocar o país. Embora um homem tenha confessado o crime, a Polícia Civil ainda mantém as investigações abertas para verificar a possível participação de outros envolvidos.

Quem eram as vítimas?

As vítimas foram identificadas como Alexsandra Oliveira Suzart, 45 anos, Maria Helena do Nascimento Bastos, 41, e Mariana Bastos da Silva, 20. Alexsandra e Maria Helena eram vizinhas e educadoras da rede municipal, enquanto Mariana, filha de Maria Helena, cursava Engenharia Ambiental.

Na tarde de 15 de agosto, as três saíram para passear com o cachorro da família e foram vistas em imagens de câmeras de segurança caminhando pela praia. Horas depois, desapareceram. Os corpos foram encontrados no dia seguinte em uma área de vegetação próxima. O cão, amarrado a um coqueiro, sobreviveu.

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O que disse o suspeito confesso?

Thierry Lima da Silva, 23 anos, admitiu em audiência de custódia ter assassinado as três mulheres. Ele alegou que a intenção era cometer um assalto e que agiu sozinho, utilizando uma faca. Segundo o depoimento, uma das mulheres foi atacada primeiro e, ao tentar defendê-la, as outras duas também foram esfaqueadas.

Thierry disse que estava sob efeito de drogas, roubou R$ 30, enterrou a faca usada no crime e queimou a bermuda manchada de sangue antes de dormir em uma praça. Sobre o cachorro, afirmou que apenas o amarrou, pois “não tinha interesse em levá-lo”.

Apesar da confissão, a Polícia Civil identificou contradições em seu relato e mantém outras linhas de investigação.

O que investigam as autoridades?

A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio — roubo seguido de morte —, mas ainda não descarta outras motivações. Quatro pessoas foram ouvidas, passaram por exames periciais e permanecem como suspeitas, embora tenham sido liberadas.

Os investigadores analisam imagens de ao menos 15 câmeras de segurança da região, mas enfrentam dificuldades por conta de pontos cegos. Também estão em andamento laudos de DNA, necropsias e a reconstituição da cena do crime.

Como a cidade reagiu?

O caso provocou comoção em Ilhéus. Centenas de pessoas participaram de três protestos organizados por familiares e movimentos de mulheres. Vestidos de branco, com cartazes pedindo justiça e o fim da violência, os manifestantes ocuparam ruas centrais da cidade.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) também se manifestou, cobrando rigor nas investigações. O governo da Bahia, diante da repercussão, discutiu reforço na segurança pública da região, que figura entre as mais violentas do estado.

O histórico do suspeito

Além do triplo homicídio, Thierry confessou ter assassinado o próprio companheiro, Lucas dos Santos Nascimento, no dia 21 de agosto. Ele relatou que a motivação teria sido ciúmes, após uma briga. Depois da agressão fatal, roubou pertences de Lucas.

Thierry já tinha passagens por violência doméstica, ameaça, lesão corporal, furto e tráfico de drogas, cometidas desde a adolescência. Hoje, está preso preventivamente, sob a justificativa de representar risco à sociedade.

O que ainda não está esclarecido?

Apesar das informações já reveladas, algumas perguntas permanecem sem resposta:

  • Houve participação de outras pessoas? Quatro suspeitos continuam sob investigação.
  • Latrocínio ou outra motivação? A ausência de objetos de valor levanta dúvidas sobre a real intenção.
  • Qual a relação entre os investigados? Não se sabe se havia ligação entre Thierry e os outros suspeitos.
  • Como foi a dinâmica do crime? Contradições no depoimento ainda não foram solucionadas.
  • Onde está a faca usada? A arma do crime não foi oficialmente localizada.

As apurações continuam, e a expectativa é de que novos laudos e diligências ajudem a esclarecer um dos crimes mais violentos dos últimos anos na região.

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