O caso de Carla Linhares, 41 anos, ganhou um novo capítulo jurídico. Detida desde o dia 16 de agosto no Centro de Detenção Provisória de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, a mulher que confessou ter matado o próprio pai a facadas e foi flagrada nua caminhando pela praia agora conta com a defesa dos advogados Alexander Neves Lopes e Tiago dos Santos Calejon.
Lopes não é um nome desconhecido da cena criminal brasileira: ele atuou na defesa de Paulo Cupertino, condenado em 2024 a mais de 98 anos de prisão pelo assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais dele. Na época, Cupertino chegou a romper com a equipe jurídica, alegando “quebra de confiança”, o que adiou o julgamento em mais de sete meses.
Linha de defesa
No caso de Carla, os advogados afirmam que ainda estão na fase inicial de análise de provas e depoimentos, mas não descartam que uma denúncia formal seja apresentada em breve pelo Ministério Público.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: 👉 Quero Participar 🔔
Segundo a defesa, o ponto central será a alegação de que a suspeita sofria abusos e exploração sexual do próprio pai e que o crime teria ocorrido em meio a um surto. Para Alexander Neves Lopes, o quadro é de inimputabilidade — condição em que a pessoa, por doença mental ou alteração psicológica profunda, não pode ser responsabilizada criminalmente.
“Está claro o estado dela após o episódio. Não há sinais de recuperação e isso precisa ser considerado pela Justiça”, afirmou Lopes em entrevista.
Diferenças em relação ao caso Cupertino
A estratégia jurídica de Carla difere substancialmente da adotada por Cupertino. Enquanto o ex-empresário negava a autoria dos assassinatos, no episódio de Itanhaém a própria suspeita se entregou voluntariamente e confessou o crime logo após os fatos.
Esse elemento pode pesar no julgamento, já que a confissão espontânea e a condição psicológica da ré tendem a ser consideradas pelos magistrados. Caso a Justiça reconheça a inimputabilidade, Carla não deverá cumprir pena em presídio comum, mas poderá ser submetida a tratamento em hospital de custódia ou clínica psiquiátrica.
Próximos passos
As investigações seguem em andamento e a expectativa é que, nas próximas semanas, a polícia conclua o inquérito para envio ao Ministério Público. A partir daí, caberá ao Judiciário avaliar se Carla será denunciada por homicídio qualificado ou se prevalecerá a tese da defesa sobre a impossibilidade de imputação penal.
O caso continua chamando a atenção pela dramaticidade dos fatos, pelo histórico familiar relatado e agora pela participação de uma defesa de renome, acostumada a lidar com processos de grande repercussão.
Compartilhe
📱 Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias em tempo real:
Grupo do WhatsApp📸 Não perca nenhuma atualização! Siga-nos no Instagram:
Coruja News no Instagram