O acidente que deixou o corredor amador Emerson Pinheiro, 29 anos, gravemente ferido no último sábado (16), em Salvador, trouxe comoção e revolta. Nesta segunda-feira (18), o jovem acordou após cirurgias e descobriu que havia perdido a perna direita em decorrência do atropelamento. Segundo amigos, o impacto da notícia deixou o atleta em estado de choque.
O acidente durante o treino
Emerson, estudante de educação física e praticante de atletismo há quatro anos, se preparava para participar de uma maratona em Buenos Aires, no próximo mês. Ele treinava com outros corredores na orla da Pituba, quando um veículo invadiu a calçada, atingindo não apenas o grupo, mas também um poste e uma barraca de acarajé.
Além da amputação, o atleta sofreu fraturas na outra perna. Ele permanece internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, consciente e em estado estável, mas com quadro considerado grave.
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Mobilização por doações de sangue
Desde o acidente, familiares e amigos têm se organizado para garantir apoio ao jovem. Diversos corredores se uniram em campanhas de doação de sangue na Hemoba, reforçando a solidariedade da comunidade esportiva diante da tragédia.
O atleta Júnior Cavalcante, amigo de Emerson, relatou:
— “Ele já está se alimentando, mas continua em choque desde que soube da amputação. Neste momento, precisamos estar unidos, orando e torcendo pela recuperação dele.”
Quem é o motorista preso
O responsável pelo atropelamento é Cleydson Cardoso Costa Filho, 26 anos, administrador, empresário e filho da vereadora de Salvador Débora Santana (PDT). Ele também integra o grupo religioso cristão Legendários.
Segundo a polícia, Cleydson apresentava sinais claros de embriaguez no momento da prisão. Ele não conseguiu concluir o teste do bafômetro, tinha dificuldades para falar e caminhar, de acordo com testemunhas.
A Justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, alegando risco à ordem pública. O motorista foi transferido para o Complexo Penal da Mata Escura.
Histórico de infrações
Ainda conforme a decisão judicial, o jovem já acumulava três multas por excesso de velocidade, o que reforça a avaliação de habitualidade em condutas perigosas ao volante. Testemunhas relataram que ele conduzia de forma imprudente antes mesmo do atropelamento.
Posicionamento da família
A vereadora Débora Santana divulgou nota pública lamentando o ocorrido, prestando solidariedade a Emerson e oferecendo apoio à família da vítima. Ela ressaltou estar à disposição para colaborar e afirmou orar pela recuperação do atleta.
Próximos passos da investigação
A defesa de Cleydson solicitou liberdade provisória, alegando necessidade de tratamento psicológico. O pedido foi negado pelo juiz, que destacou que o sistema prisional oferece acompanhamento médico, e não havia comprovação de doença grave que justificasse a soltura.
Enquanto isso, familiares e amigos de Emerson se concentram em sua recuperação. O caso reacende o debate sobre embriaguez ao volante e a necessidade de maior fiscalização no trânsito de Salvador.
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