O Brasil alcançou o maior índice de inadimplência de sua história. De acordo com dados da Serasa Experian, 77,8 milhões de consumidores estão com o nome negativado, superando o recorde registrado em abril deste ano. O problema não se restringe às famílias: 7,5 milhões de empresas também estão endividadas, acumulando juntas cerca de R$ 177 bilhões.
Segundo a educadora financeira Aline Soaper, o cenário é resultado de uma combinação perigosa: aumento do custo de vida, uso descontrolado do crédito e falta de planejamento.
“Muitas famílias e empresas não têm reserva de emergência e acabam recorrendo ao cartão de crédito ou ao cheque especial. São linhas de crédito caras, que ampliam rapidamente a dívida e criam um ciclo difícil de quebrar”, alerta.
Apesar do quadro alarmante, especialistas afirmam que é possível recuperar o controle financeiro e até mesmo limpar o nome seguindo um plano estruturado.
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5 passos para sair do endividamento, segundo Aline Soaper
1. Faça um check-up financeiro
Analise com clareza quanto entra e quanto sai do seu orçamento. Se os gastos superam a renda, a prioridade deve ser reduzir despesas ou encontrar formas de aumentar o faturamento, antes mesmo de pensar em renegociar dívidas.
2. Organize e classifique suas dívidas
Separe o valor original da dívida (quanto realmente foi emprestado ou gasto) do valor atualizado com juros e multas. Isso mostra o tamanho real do problema e ajuda a planejar negociações mais eficazes.
3. Priorize dívidas de maior risco
Nem todas as dívidas têm o mesmo peso. Financiamentos de imóvel, carro ou taxas de condomínio precisam vir em primeiro lugar, já que podem gerar perda do bem ou ações judiciais.
4. Ataque as dívidas mais caras primeiro
Após organizar os compromissos essenciais, destine parte da renda — de preferência alguma fonte extra — para quitar dívidas de juros altos, como cartão de crédito e cheque especial. O ideal é pagar uma de cada vez, redirecionando os valores pagos para a próxima.
5. Negocie com realismo e mude hábitos
Não aceite parcelas que não caibam no orçamento. Venda bens que não utiliza, evite reparcelar todas as dívidas de uma só vez e, acima de tudo, não crie novas dívidas durante o processo de recuperação.
“Limpar o nome é apenas o começo. O grande desafio é manter-se no azul e construir uma relação saudável com o dinheiro”, reforça Soaper.
A inadimplência como alerta coletivo
Os números revelam não apenas a fragilidade das famílias brasileiras, mas também a dificuldade das empresas em manter o equilíbrio financeiro em meio à alta dos custos e à instabilidade econômica. Especialistas defendem que educação financeira, planejamento e disciplina são os principais instrumentos para evitar que a inadimplência continue batendo recordes no país.
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