‘Pelé palestino’ morre em ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza

O futebol palestino perdeu um de seus maiores ídolos de forma trágica. Suleiman Al-Obaid, ex-atacante da seleção nacional, morreu nesta quarta-feira (6) durante um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza. O ex-jogador estava em busca de ajuda humanitária quando foi atingido. A triste notícia foi confirmada pela Federação Palestina de Futebol, que prestou homenagens e destacou sua importância para o esporte do país.

Aos 41 anos, Al-Obaid era muito mais do que um craque em campo — ele era um símbolo de perseverança, talento e orgulho para o povo palestino. Casado e pai de cinco filhos, ele deixou um legado que vai além das quatro linhas. Nascido em Gaza, em 24 de março de 1984, ficou famoso por seu estilo de jogo ágil, seus dribles rápidos e sua velocidade impressionante — características que o levaram a ser chamado de “Pelé palestino”, “gazela” e “joia negra”.

Durante sua trajetória pela seleção palestina, Al-Obaid vestiu a camisa do país em 24 partidas e marcou dois gols — o mais memorável, uma bicicleta contra o Iêmen na Copa da Federação Oeste-Asiática de 2010. Ao longo da carreira, superou a marca de 100 gols, segundo registros da federação.

Sua jornada começou no clube Khidmat Al-Shate’, da sua cidade natal. Mais tarde, brilhou no Al-Amari Youth Center, na Cisjordânia, onde conquistou o título da primeira edição da Liga Palestina de Futebol Profissional, na temporada 2010-2011. Após o retorno a Gaza, defendeu o Gaza Sports Club e voltou a brilhar pelo Al-Shate’. Foi artilheiro da liga em duas temporadas seguidas: 2015-2016, com 17 gols, e 2016-2017, com 15.

Mas o impacto de sua morte não é apenas esportivo. A Federação Palestina destacou que, desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023, 662 pessoas da comunidade esportiva já perderam a vida — entre elas, 321 ligadas diretamente ao futebol, incluindo atletas, técnicos, árbitros, dirigentes e membros de clubes. A morte de Al-Obaid é mais um retrato doloroso das vidas interrompidas em meio ao conflito.

Sua ausência será sentida profundamente pelos fãs, colegas e pelas futuras gerações de jogadores que o tinham como referência. Ele não será lembrado apenas como um artilheiro, mas como alguém que representava esperança, coragem e amor pelo futebol mesmo em meio às dificuldades extremas.