Quem são os deputados mais ricos do Brasil — e como votaram contra o aumento do IOF
No fim de junho, um decreto presidencial que previa o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi derrubado na Câmara dos Deputados. A medida, que poderia gerar impacto direto sobre investimentos, crédito e operações financeiras do dia a dia da população, teve a oposição expressiva de parlamentares com grande patrimônio.
Levantamento feito pelo The Intercept Brasil, com base em declarações de bens dos próprios congressistas, revela quem são os deputados federais mais ricos do país — e como eles se posicionaram nessa votação. Em comum, todos votaram contra o decreto. Veja o perfil de cada um:
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: 👉 Quero Participar 🔔
1. Eunício Oliveira (MDB-CE)
Com impressionantes R$ 158,2 milhões declarados, lidera o ranking. Empresário do setor de segurança privada, tecnologia e construção civil, possui 102 imóveis rurais. Embora esteja licenciado, seu suplente votou a favor da derrubada do decreto.
2. Jadyel Alencar (Republicanos-PI)
Tem R$ 107,5 milhões em bens. Controla empresas de combustíveis, alimentos e medicamentos, além de possuir aeronaves e joias. Votou contra o aumento do IOF.
3. Hercílio Diniz (MDB-MG)
Com patrimônio de R$ 65,3 milhões, é herdeiro da maior rede de supermercados do Leste de Minas. Desde que foi eleito em 2018, viu seu patrimônio crescer 70%. Também votou contra o decreto.
4. Duda Ramos (MDB-RR)
Declarou R$ 50,5 milhões. Atua em áreas como tecnologia, saúde, hotelaria e construção. É dono de casas, apartamentos e prédios comerciais. Votou contra.
5. José Nelto (União Brasil-GO)
Com R$ 48,5 milhões, está ligado a negócios nos setores imobiliário, agrícola e pecuário. Também rejeitou o aumento do IOF.
6. Dilceu Sperafico (PP-PR)
Ruralista histórico na Câmara, possui R$ 46,4 milhões em bens, incluindo empresas do agronegócio, construção e energia. Votou contra.
7. Misael Varella (PSB-MG)
Tem R$ 43 milhões. Atua no ramo de veículos pesados e imóveis rurais. É filho de ex-senador e empresário do setor de combustíveis. Votou contra.
8. Magda Mofatto (PRD-GO)
Única mulher na lista, declarou R$ 31,1 milhões. É empresária da rede hoteleira e de parques aquáticos. Foi apoiadora de acampamentos golpistas e também votou contra o decreto.
9. Josimar Maranhãozinho (PL-MA)
Com patrimônio de R$ 25,4 milhões, é dono de construtora e já teve sociedade em empresa investigada por fraudes. Seu patrimônio cresceu 75% entre 2018 e 2022. Votou contra.
10. Afonso Motta (PDT-RS)
Com R$ 23,8 milhões, é produtor rural e dono de grandes áreas de terra. Também se posicionou contra o aumento do IOF.
A movimentação desses parlamentares, todos com fortunas consolidadas, levanta um questionamento importante: até que ponto interesses econômicos pessoais influenciam decisões que impactam a arrecadação pública e o cotidiano da população brasileira? O debate sobre privilégios, política fiscal e justiça tributária segue aberto — e urgente.
Compartilhe