‘Armas vivas’: nove cães pitbulls eram usados pelo tráfico para atacar PMs

Grupos criminosos em Salvador têm adotado uma nova e preocupante estratégia para tentar impedir o avanço da polícia em áreas dominadas pelo tráfico: o uso de cães da raça pitbull como instrumentos de intimidação e ataque. Segundo a Brigada K9, unidade especializada no resgate de animais em situações de risco, ao menos 22 cães já foram retirados de locais ligados ao crime — nove deles da raça pitbull.

De acordo com o comandante Emerson França, da Brigada K9, os traficantes mantêm os cães em pontos estratégicos, geralmente onde escondem drogas, com o objetivo de atrasar ou impedir a entrada das equipes policiais.

“Eles deixam os animais justamente onde armazenam entorpecentes, para proteger a droga e atacar qualquer pessoa que se aproxime. Isso tem dificultado o trabalho dos agentes”, explica o comandante.

Um exemplo recente ocorreu no dia 4 de julho, no bairro Pau Miúdo. Um policial militar da 37ª Companhia Independente da PM (Liberdade) foi surpreendido por um ataque de um pitbull durante uma operação. O cão teria sido atiçado pelo próprio tutor, um homem ligado ao tráfico local. O PM foi mordido na panturrilha, mas conseguiu se livrar do animal com a ajuda de colegas, que efetuaram disparos para dispersar a ameaça. O cachorro fugiu e não pôde ser resgatado, devido à falta de uma viatura especializada no momento da ação.

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A prática, além de representar um risco direto à integridade física dos agentes, também levanta preocupações quanto ao bem-estar dos animais, que são treinados ou estimulados a reagirem de forma agressiva em situações de confronto.

“Esses cães não são vilões, mas estão sendo usados como armas por pessoas que se aproveitam da força e da imagem intimidadora da raça”, pontua Emerson França.

A Brigada K9 continua monitorando os casos e alerta para a necessidade de mais estrutura para atender ocorrências que envolvam animais em áreas de conflito. O uso dos pitbulls como parte do arsenal do tráfico reflete não apenas a criatividade das facções criminosas, mas também a urgência de se discutir o papel dos animais nessas situações e os riscos envolvidos — tanto para os profissionais da segurança quanto para os próprios cães.

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