Advogada de líder do Comando Vermelho é presa durante operação em Feira de Santana

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou 32 pessoas no âmbito da Operação Skywalker, que investiga uma organização criminosa com forte atuação em Feira de Santana. Entre os alvos está a advogada Andressa Cunha Rocha, apontada como peça-chave no núcleo financeiro do grupo, ligado à facção Comando Vermelho (CV).

Segundo as investigações, Andressa, que representa juridicamente Heverson Almeida Torres, conhecido como Mil Grau ou MG, líder do CV na região, teria movimentado mais de R$ 1,2 milhão para contas ligadas a ele e à esposa, Kalline de Oliveira. A polícia afirma que a advogada atuava como operadora financeira da organização, camuflando recursos ilícitos por meio de transações que simulavam honorários advocatícios ou operações empresariais.

A juíza Sebastiana Costa Bomfim e Silva, que autorizou buscas contra a advogada, destacou em decisão que os indícios revelam uma atuação sistemática e sofisticada de lavagem de dinheiro, com uso de empresas de fachada para disfarçar a origem criminosa dos valores. As movimentações, segundo a magistrada, “saltam aos olhos” e evidenciam o uso da profissão para legitimar práticas ilegais.

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Andressa Cunha Rocha, que já cumpria prisão domiciliar desde abril, foi novamente detida na última quinta-feira (17) em sua residência, durante a segunda fase da operação. Apesar das acusações, seu registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) continua ativo no Cadastro Nacional dos Advogados. A reportagem tentou contato com a defesa da advogada, mas até o momento não obteve retorno.

Organização criminosa operava com armas, tráfico e monitoramento de territórios

A Operação Skywalker teve início após a descoberta de que um policial militar da reserva, Nilton Silva Brito, vendia armas de uso restrito a membros do Comando Vermelho. Para disfarçar as transações, Nilton utilizava contas bancárias de terceiros, incluindo um empresário do setor de distribuição. Heverson Torres, segundo os investigadores, era o principal beneficiado.

A Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco/LD), coletou provas por meio de interceptações telefônicas, análise financeira e colaborações sigilosas. Os materiais indicam que os membros do grupo usavam inclusive fuzis para escoltar cargas ilegais.

Além do tráfico de armas e drogas, a facção controlava áreas da cidade, como o bairro Queimadinha, onde chegou a instalar câmeras de vigilância para monitorar movimentações suspeitas. Os integrantes também são investigados por envolvimento em homicídios, ameaças e coerção de moradores.

A Operação Skywalker é conduzida de forma integrada pelo MP-BA e a Polícia Civil, e já cumpriu mandados em Lauro de Freitas, Muritiba, Brasília, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. As investigações seguem em curso, e novas denúncias podem ser apresentadas.

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