Depoimento choca ao expor o que ocorreu antes da queda de Juliana Marins em vulcão

A morte da brasileira Juliana Marins, de 33 anos, durante uma trilha em uma região vulcânica da Indonésia, gerou comoção e uma série de questionamentos. O caso, revelado com mais detalhes em reportagem exibida no programa Fantástico neste domingo (29), trouxe à tona falhas graves de segurança e demora no resgate que, segundo o pai da vítima, Manoel Marins, podem ter custado a vida da filha.

Juliana caiu de um penhasco durante a madrugada enquanto fazia uma trilha ao lado de um guia local. Segundo relato do pai, o guia afirmou que Juliana havia dito estar cansada. Ele, então, sugeriu que ela se sentasse para descansar e se afastou por cerca de 5 a 10 minutos para fumar. No entanto, considerando o tempo da caminhada e o período em que ficou distante, Manoel estima que o guia tenha ficado entre 40 e 50 minutos longe da jovem. Ao retornar, não a encontrou mais.

Por volta das 6h08 da manhã, o guia localizou Juliana por meio da luz da lanterna presa ao capacete dela. Ele gravou um vídeo e o enviou ao chefe imediato, informando a localização da turista brasileira, que já estava em uma área de difícil acesso. O laudo oficial, divulgado dois dias antes da entrevista, apontou que a causa da morte foi um trauma contundente, que comprometeu órgãos internos e causou hemorragia.

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Segundo Manoel, o socorro inicial foi feito por uma equipe de primeiros socorros do próprio parque onde fica a trilha, e não pela Defesa Civil. “Eles tinham apenas uma corda, sem qualquer equipamento técnico de ancoragem. No desespero, o guia amarrou a corda na cintura e tentou descer sozinho para alcançar Juliana”, contou. A vítima, naquele momento, estava a aproximadamente 200 metros de distância da trilha principal. A informação foi confirmada por imagens de drone captadas por turistas.

A família também questiona a lentidão no acionamento das autoridades. Conforme relataram, a equipe de socorro do parque só foi mobilizada às 8h30 da manhã e levou cerca de cinco horas e meia para chegar ao local. Já a Defesa Civil da Indonésia teria sido acionada tardiamente, alcançando o ponto do acidente apenas às 19h. O percurso entre a entrada do parque e o local onde Juliana caiu pode levar até seis horas de caminhada, e as condições climáticas dificultaram ainda mais o trabalho dos socorristas.

Para Manoel, houve negligência tanto por parte do guia quanto da organização do passeio. “O guia deixou minha filha sozinha por quase uma hora. A empresa que vende esses pacotes promete trilhas fáceis, e isso engana os turistas. Mas o principal responsável, no meu ponto de vista, é o coordenador do parque, que demorou a acionar a Defesa Civil e não estruturou adequadamente o socorro”, afirmou, emocionado.

O resgate do corpo de Juliana só foi possível graças a uma equipe formada em grande parte por voluntários, que passaram a noite pendurados em cordas no penhasco até conseguir alcançá-la. No segundo dia de buscas, ela já estava a cerca de 600 metros da trilha. As imagens mais recentes captadas por drones, na segunda-feira (23), mostravam o corpo aparentemente imóvel — segundo o pai, ela já estava morta naquele momento.

A equipe do Fantástico tentou contato com diversas autoridades da Indonésia para obter esclarecimentos sobre as medidas tomadas após o acidente. Entre os órgãos procurados estão a polícia local, a direção do parque, o governo da região, o Ministério do Turismo, o Ministério das Florestas, o Ministério das Relações Exteriores e até a Presidência do país. Nenhuma resposta foi enviada até a exibição da reportagem.

O caso de Juliana reacende o alerta sobre a falta de fiscalização em trilhas consideradas turísticas e sobre a responsabilidade de empresas que operam em áreas de risco. A família segue cobrando justiça e pede providências para que nenhuma outra tragédia como essa se repita.

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