Irlandês conseguiu resgate e sobreviveu após queda no Monte Rinjani, onde brasileira morreu

O Monte Rinjani, segundo pico mais alto da Indonésia com 3.726 metros de altitude, encanta milhares de aventureiros todos os anos com suas paisagens vulcânicas, florestas densas e o deslumbrante lago Segara Anak. Mas, por trás do cenário paradisíaco, o local esconde uma realidade severa: a trilha até o cume exige preparo físico, psicológico e total respeito aos riscos da natureza.

A recente morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, após cair em um penhasco durante uma trilha na região, reacendeu o alerta para os perigos do trajeto. Juliana foi deixada para trás pelo guia após sentir-se exausta e acabou desaparecendo. Seu corpo foi encontrado dias depois, em uma das áreas mais acidentadas do percurso. O caso comoveu o Brasil e reforçou os desafios do resgate em terreno de difícil acesso e condições climáticas adversas.

Um milagre em meio ao caos

Apesar do histórico preocupante, nem todas as histórias terminam de forma trágica. Em outubro do ano passado, o irlandês Paul Farrel, de 31 anos, sobreviveu após despencar de aproximadamente 200 metros enquanto fazia a trilha sozinho. Mesmo gravemente ferido, com lesões no ombro e cortes profundos, ele conseguiu sinal de celular e acionou ajuda.

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O pedido de socorro foi feito a um resort próximo, que alertou as autoridades. Por coincidência, uma equipe de resgate já estava mobilizada por outro acidente na região e conseguiu chegar até o local. Paul foi encontrado abrigado sob uma formação rochosa e resgatado por rapel. A operação foi filmada e compartilhada nas redes sociais, mostrando o alívio do irlandês ao ser salvo. “Vocês salvaram minha vida. Eu nunca teria conseguido voltar sem vocês”, teria dito aos socorristas.

Tragédias em série

Infelizmente, a sorte de Paul não se repetiu com todos os visitantes do Rinjani. Pouco antes do resgate do irlandês, em setembro, o adolescente Kaifat Rafi Mubarraq, de 16 anos, desapareceu durante uma trilha com amigos. Seu corpo foi encontrado mais de uma semana depois, em uma ravina, após dias de buscas sob clima instável.

Em maio deste ano, o malaio Rennie Bin Abdul Ghani, de 57 anos, também perdeu a vida após cair de uma altura de 80 metros na trilha Torean, uma das rotas mais utilizadas para chegar ao cume. Testemunhas afirmaram que ele se afastou do grupo e não usava cordas de segurança, contrariando as orientações dos guias. O resgate levou mais de três horas, evidenciando a complexidade da operação em ambientes como o Rinjani.

Outro caso emblemático ocorreu em agosto de 2022, quando um jovem israelense de 19 anos morreu durante uma escalada. O corpo só foi localizado com a ajuda de uma equipe especializada enviada de Israel, com apoio do consulado do país em Singapura.

O desafio do Rinjani

Apesar do acesso controlado, da exigência de guias credenciados e das campanhas de orientação promovidas pelo governo local, os acidentes continuam a acontecer. Estima-se que entre 40 mil e 50 mil turistas visitem o Monte Rinjani todos os anos. A trilha até o topo pode durar entre dois e quatro dias, atravessando áreas com florestas densas, penhascos íngremes, encostas com pedras soltas e trechos de altitude com frio intenso à noite.

Yemen, chefe do Centro de Conservação de Rinjani, reforça que o preparo dos trilheiros é fundamental. “É preciso estar física e mentalmente preparado. O Rinjani é lindo, mas exige respeito e responsabilidade. Subestimá-lo pode custar caro”, afirmou à agência Antara.

O caso de Juliana Marins, somado a tantos outros, reforça a importância de planejamento, orientação especializada e prudência ao se aventurar por trilhas de alto risco. O Monte Rinjani, apesar de sua beleza incomparável, exige mais do que coragem: requer consciência e preparo para sobreviver à sua natureza imponente.

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