Homem é detido após empurrar corpo de idoso morto em cadeira de rodas para pedir dinheiro

Um caso impactante chamou a atenção de moradores e comerciantes na região central de Manaus, neste sábado (8). Um homem foi detido após ser flagrado empurrando o corpo de um idoso já falecido em uma cadeira de rodas pelas ruas da Avenida Eduardo Ribeiro, supostamente para pedir dinheiro de transeuntes.

Segundo a Polícia Civil, Romulo Alves da Costa, que se apresentava como filho da vítima, foi visto conduzindo o idoso, identificado como José Pequenino da Costa, de 77 anos, em situação que logo chamou a atenção: o corpo não apresentava qualquer movimento. Pedestres e lojistas que passavam pelo local notaram a anormalidade e acionaram a polícia.

Agentes da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram até o local, onde confirmaram que o idoso já estava sem vida. A equipe do Samu também foi acionada e constatou o óbito ainda no local. “O homem o acompanhava o tempo todo, aparentemente sem notar que ele já havia morrido”, afirmou o capitão A. Carvalho, do Comando de Policiamento Ostensivo.

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De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), o corpo de José já apresentava sinais de rigidez cadavérica, o que indica que ele estava morto há algumas horas. No entanto, o tempo exato da morte só poderá ser esclarecido após a conclusão dos laudos periciais.

Romulo, que foi detido em flagrante, foi levado para a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), onde prestou depoimento. Segundo o delegado Alessandro Albino, ainda não é possível afirmar com certeza se houve crime, mas se for confirmado que o homem retirou o idoso de casa já sem vida com a intenção de obter vantagens financeiras, ele poderá responder por vilipêndio de cadáver e até tentativa de estelionato.

A investigação, conduzida pelo Departamento de Polícia Metropolitana, também quer entender as circunstâncias da morte. O corpo apresentava algumas feridas, mas, segundo relatos de familiares e análise preliminar da perícia, essas lesões podem estar associadas às comorbidades já conhecidas da vítima — que era hipertensa, diabética, fazia tratamento renal, usava bolsa de colostomia e apresentava estado de saúde bastante debilitado.

O caso também trouxe à tona um drama familiar. Segundo um parente ouvido pela imprensa, Romulo seria, na verdade, neto biológico de José Pequenino, mas foi criado como filho. Ele estaria enfrentando problemas com drogas e havia saído recentemente do sistema prisional. Sempre que reaparecia, era acolhido pelo avô, afirmaram os familiares.

À Polícia, Romulo disse que tinha saído com o idoso para tentar pegar um empréstimo, já que os dois enfrentavam dificuldades financeiras. No entanto, se for provado que ele usou o corpo do avô já sem vida para essa finalidade, poderá responder criminalmente.

A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer se houve dolo por parte do suspeito e quais foram exatamente os motivos e circunstâncias da morte do idoso. O inquérito deve contar com os laudos do IML, os depoimentos de testemunhas e dos familiares, além de imagens de câmeras de segurança da área.

A situação gerou grande comoção nas redes sociais e reacendeu debates sobre abandono, vulnerabilidade social, uso de drogas e a saúde mental de pessoas em situação de fragilidade familiar. Trata-se de um caso que envolve muito mais do que uma cena chocante: é um retrato das múltiplas camadas de uma crise humana e social que ainda exige atenção.

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