Uma noite que parecia comum se transformou em desespero para uma família do bairro Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Por volta das 18h do domingo (1º), a laje de uma casa localizada na Ladeira de Nanã desabou, deixando ferida Jamile Santa Rosa Santos, de 37 anos.
Jamile estava no banheiro quando a estrutura cedeu de forma repentina. Ela ficou presa pelos membros inferiores sob os escombros.
O resgate foi realizado pelo Corpo de Bombeiros com o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que prestou os primeiros socorros no local. Segundo os bombeiros, uma jovem e uma criança que também estavam na residência conseguiram ser retiradas sem ferimentos por um acesso improvisado durante a operação de salvamento.
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A vítima foi levada ao Hospital Geral do Estado da Bahia (HGE), onde ficou na sala vermelha, setor destinado a casos mais graves. Apesar do susto, ela recebeu alta e se recupera fora de perigo.
A residência era compartilhada por Jamile, o marido Valério Santos da Silva, de 40 anos, e os seis filhos do casal. No momento do acidente, estavam no imóvel Jamile, Valério, a filha Maria Júlia, de 18 anos, e o filho mais novo.
“Ela entrou no banheiro e a frente da laje simplesmente desabou. Ficamos desesperados. Por sorte, os bombeiros chegaram rápido e conseguiram tirá-la”, relatou Maria Júlia.
A tragédia causou não só ferimentos, mas também perdas materiais e emocionais. “Perdemos as duas casas e vários dos nossos pertences. Mas graças a Deus minha mãe está viva”, desabafou a jovem, que contou ainda que a família vive no local desde que ela nasceu. A avó de Júlia e o marido vivem na parte de baixo da construção.
Na manhã de segunda-feira (2), a Defesa Civil de Salvador (Codesal) esteve no local e avaliou as condições do imóvel. Segundo o laudo preliminar, a marquise da casa apresentava vícios construtivos — um termo técnico que se refere a falhas na estrutura ou no método de construção. Por conta do risco de novos desabamentos, a Codesal solicitou à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) a demolição das partes remanescentes, como a marquise, alvenaria do primeiro andar e telhado.
A área foi isolada e os moradores receberam encaminhamento para atendimento social.
O caso evidencia a importância da regularização e fiscalização de construções em áreas urbanas, especialmente em bairros onde a autoconstrução ainda é comum. Em situações como essa, o risco à vida é real — e a prevenção é sempre a melhor medida.
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